Criador do iPod acredita que metaverso gerará novos problemas para a internet

A opinião forte mostra a rejeição de parte da indústria ao conceito popularizado pelo Facebook, que até passou a se chamar Meta para fortalecer a ideia. Não que o Tony seja completamente contra o metaverso, já que ele vê muito potencial em tecnologias associadas a isso, como a realidade aumentada, realidade virtual e a mistura de ambas

16/05/2022 as 16:17
O criador do iPod, Tony Fadell, parece não estar muito animado com a chegada do metaverso. Em entrevista concedida para revista Wired, o chefe da equipe que desenvolveu o tocador de músicas da Apple foi direto ao ponto ao comentar sobre o futuro da internet: "f*da-se o metaverso". O que Fadell não curtiu é a ideia de revolução social vendida como a solução para os problemas da internet atual. "Não sou contra a tecnologia. Sou contra o conceito, o jeito que foi falado. Não existe um problema que precise ser resolvido [com o Metaverso]".

Não é segredo para ninguém que o Metaverso é uma verdadeira obsessão de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook e atual CEO da Meta. Porém, por mais que o valor de mercado da empresa esteja próximo de US$ 600 bilhões, funcionários já dizem que a Meta está ficando sem dinheiro para o projeto.

Segundo a Reuters, o diretor de tecnologia da Meta, Andrew Bosworth, teria dito aos funcionários do Reality Labs que a empresa não poderia mais financiar alguns projetos e precisaria adiar alguns outros. Porém, ainda não se sabe quais projetos serão cortados ou adiados pela falta de dinheiro. Esse não é o primeiro indício de que a Meta já está pensando em diminuir o ritmo dos investimentos no Metaverso. Há algumas semanas, Zuckerberg já havia declarado que a empresa pretendia reduzir seus investimentos maiores, incluindo o Reality Labs.


O metaverso criticado pelo profissional é um termo abrangente relacionado aos espaços online onde pessoas poderão se reunir virtualmente por meio de avatares digitais e com o uso de óculos de RV. A ideia é a criação de um mundo permanente, completamente mutável e acessível de qualquer lugar do planeta. "O mercado está muito no início e as pessoas e empresas ainda estão tentando entender do que se trata, mas, para resumir, o metaverso cria uma experiência nova para o usuário. Tudo acontece através de avatares em um ambiente 3D, onde existe networking, comunicação e aprendizado. Os NFTs aparecem como um meio de realizar as transações dentro desse ambiente. Ali, você pode ter lançamentos de coleções, de imóveis e adquirir benefícios que também encorporam o mundo físico", explica Fernando Godoy, CEO da Flex Interativa, startup pioneira no metaverso no Brasil.

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